Há alguns anos, quando nasceu o It Girls, o boom dos blogs de moda começou a acontecer. Eles reviraram aquela ideia de que informação era uma coisa restrita a grandes jornalistas, e que opinião só se era mostrada em revistas. Hoje, após a nova fase do blog e o lançamento do seu primeiro livro, ela fala sobre moda, jornalismo e o papel que o It representa em sua vida até os dias de hoje. Com vocês, Alessandra Garattoni:
- Alê, conta um pouco pra gente sobre a sua trajetória profissional
Bom, sou formada em Administração de Empresas e trabalhei na área financeira da estilista Isabela Capeto. Fui subeditora do Glamurama, editora-assistente do site RG, editora de texto da revista RG e assinei matérias para Elle, Vogue, Cidade e Joyce Pascowitch. Desde dezembro de 2007 escrevo textos de moda, beleza, mercado de trabalho, etiqueta e comportamento no It Girls, o blog que deu origem ao meu primeiro livro, lançado em dezembro de 2010.
- O que você pensa sobre a moda no Brasil e no mundo?
Acho que é uma forma de expressão, tanto de quem cria, quanto de quem usa.
- Que papéis a moda desempenha na sua vida, além do trabalho?
Mais até do que o trabalho em si, tenho prazer em ler e ver moda. É um recreio pra mim, um prazer pessoal, já que é um tema que me interessa, que me desperta curiosidade.
- Como surgiu a ideia de lançar o seu primeiro livro?
Sempre, desde sempre, tive vontade de publicar um livro. Quando decidi encerrar o It em 2010, resolvi focar nesse desejo e, por sorte, fui procurada por uma editora que tinha interesse na publicação.
- Acha necessário ter especialização para ser jornalista de moda?
Não sou jornalista, sou administradora. E acho que não existe uma fórmula, cada caso é um caso. O fundamental pra ser um bom jornalista é escrever bem.
- O que te levou a criar o blog e porque resolveu encerrar as atividades em 2010?
Por pura vontade própria. Tanto o começo, quanto o encerramento (e o recomeço) são frutos da minha vontade, sem nenhuma pretensão.
- Como você vê a disseminação dos blogs de moda? Acha que é um mercado saturado ou que veio pra ficar?
As duas coisas. Sim, ele está um pouco saturado, especialmente do ponto de vista comercial – já que recentemente criou-se esse lado comercial, até então inexistente numa mídia que tinha como foco ser algo mais informal e pessoal. Mas, pra quem busca uma satisfação própria, um espaço para se expressar e não tem pretensões diretamente com a página (o que é meu caso), acredito que sempre será um ótimo exercício e uma ótima vitrine.
- O que te prende a atenção em um blog, que te faça voltar sempre e virar leitura diária?
Despretensão. Mesmo em blogs mais comerciais, gosto de sentir um clima menos profissional, de conversa direta e opinião própria. Acho importante que a página seja coerente com a personalidade do blogueiro.
- O que você acha que o blog te trouxe de melhor em todos esses anos?
Meu livro e os leitores que se identificam com meu trabalho. Pra uma pessoa que ama escrever, como eu, é sempre muito prazeroso ser lida.
Filme favorito: Tenho vários, mas pra citar um só, digo O Diabo Veste Prada – que acabei de assistir pela enésima vez.
Livro: Gosto muito das crônicas da Martha Medeiros, e minha compilação favorita da autora se chama “Coisas da Vida”.
Música: Adoro os sons dos anos 70 e 80.